segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MANIFESTO DO MOVIMENTO DE CULTURA DIGITAL DE GUARULHOS



Apresentação:

Há um desafio no campo das políticas públicas de Cultura Digital sobre o qual muitas novas ações vem sendo pensadas tanto por iniciativas e movimentos da sociedade civil quanto das gestões públicas.

A Cultura Digital vem ganhando cada vez mais espaço tanto nos olhares daqueles que reconhecem nela uma esperança possível para uma sociedade mais igualitária, como também vem sendo observada de modo diferente por gestores públicos no campo da inovação tecnológica, da valorização do acesso a TIC´s (Tecnologias da Informação e Comunicação) e também como direito humano fundamental e espaço de luta de muitos movimentos sociais.

Considerando essas questões e a proximidade das eleições municipais por todo Brasil, publicamos aqui um documento escrito a muitas mãos, por entusiastas de uma Cultura Digital Livre, Inovadora e Inclusiva.


O Nosso Movimento:

O Movimento da Cultura Digital de Guarulhos é formado por militantes que atuam em diversos eixos temáticos na área de tecnologia da informação, são eles: Inclusão Digital, Gestão Participativa em Rede Digital, Blogueiros, Software Livre, Tecnologia Cidadã, Militantes Virtuais, Oportunidade Trabalho, Emprego e Renda, Juventude, Capacitar para Transformar, Educação Digital e Atendimento Humanizado.

Os movimentos ligados à cultura digital tem, em todo o mundo, a bandeira da democratização do acesso aos processos de produção, consumo e distribuição de conhecimento e informação. A realização desse objetivo é condição necessária para uma transformação social que modificará significativamente nossa forma de pensar e fazer cultura, política e economia. Modificará, também, os processos de decisão sobre os rumos da sociedade, por meio da ampliação da participação social na gestão, não apenas do poder público, mas também dos negócios privados que impactem em parte significativa do tecido social. Para tanto, acreditamos que as políticas públicas para a cultura digital devem ter como eixo de sua construção, as seguintes diretrizes:


Nossas Propostas para as Políticas Públicas voltadas à Cultura Digital:


INFRAESTRUTURA E APOIO

1)      As políticas para a cultura digital devem necessariamente englobar questões ligadas ao desenvolvimento da infra-estrutura de tecnologia da informação e comunicação (software, hardware, linhas de distribuição, etc.); bem como questões ligadas a apropriação dessa infra-estrutura (democratização da informação, do conhecimento e da comunicação; convergência midiática; inteligência coletiva; ciberpolítica; cibercultura; cibercidadania, inclusão digital, educação digital, entre outros);

2)      Gestão Pública colaborativa. Isso significa avançar da idéia de governo eletrônico (focada na transparência da gestão pública), para a idéia de governo em rede (focada no princípio da ampliação da participação social nos processos de decisão da gestão pública, valendo-se da infraestrutura propiciada pelos ambientes virtuais);

3)      Fortalecimento das estruturas de tecnologia da informação dos governos através de investimentos e orçamento próprio;

4)      Fomento aos meios de comunicação da sociedade da informação, em especial os ligados a mídia livre, com apoio às rádios comunitárias, acesso livre a cultura (música, audiovisual, literatura, conhecimento científico entre outros), estúdios livres, plataformas de comunicação em rede, como blogs e sites de produção de conteúdo informativo;

5)      Implantação de instrumentos de capacitação tecnológica, para agentes e servidores públicos, que leve em consideração a humanização do atendimento, em especial aos que mais precisam.

INCLUSÃO DIGITAL

6)      Fortalecimento de todos os instrumentos de Inclusão Digital com especial atenção ao projeto TELECIDADANIA como novo conceito de Telecentros que associa tecnologia ao conhecimento e promoção da cidadania;

SOFTWARE LIVRE

7)      Apoio ao desenvolvimento e utilização de software livre, como estratégia para garantir a autonomia das políticas públicas frente às grandes corporações e estimular o desenvolvimento colaborativo de soluções para demandas no processamento e distribuição de dados. Desenvolvimento de uma política pública de fomento às liberdades na rede, baseada nas competências do gestor municipal, com o desenvolvimento de: a-) licenças livres de obras culturais e educacionais realizadas pela prefeitura, e de todos os documentos públicos; b-) adoção e promoção do uso de software livre pela administração pública, com fomento à produção de softwares abertos;

DADOS ABERTOS

8)      Transparência das ações. Isso inclui não apenas a disponibilização dos dados abertos, mas também a disponibilização dos processos que geraram esses dados apresentados. Criação de um portal de dados abertos com todos os dados públicos gerados e/ou organizados pela prefeitura, disponíveis em formato legível por máquinas, com API (Interface de Programação de Aplicativos) para facilitar a apropriação das informações pela sociedade civil e pelos órgãos do poder público;

9)      A mesma transparência exigida para o poder público deve ser exigida para as grandes corporações cujas decisões impactem significativamente na estrutura social de uma cidade, estado ou país;

10)  O acesso aos meios de produção, consumo e distribuição de informação e conhecimento deve ser reconhecido como um direito que precisa ser garantido a todo homem e mulher, como condição para exercer sua cidadania plena;

EDUCAÇÃO DIGITAL E REDE COLABORATIVA

11)  Educação digital que garanta a convergência entre os ambientes presenciais e virtuais de formação, integrando as tecnologias de informação e comunicação ao processo educacional e promovendo a exploração de todas as suas potencialidades de integração, interação e articulação entre agentes e conteúdos;

12)  Desenvolvimento de um programa de apropriação das tecnologias, por meio de laboratórios de garagem, espaços para ciência de bairro e pontos de cultura digital;

13)  Estimulo a apropriação tecnológica livre, potencializando espaços públicos, para disseminar conhecimentos tecnológicos direcionados a produtores aprendizes de cultura das diversas linguagens audiovisuais. Organização e articulação de processos de realidade aumentada com a colaboração dos cidadãos construindo os caminhos múltiplos entre o ciberespaço e os prédios, praças e ruas;

PARTICIPAÇÃO POPULAR

14)  Convergência entre os espaços de participação popular presenciais (conselhos, orçamento participativo, conferências, audiências públicas, consultas públicas, plebiscitos, entre outros) e os espaços de participação popular em ambiente digital;

15)  Parceria com pequenos empreendedores (donos de Lan House) e grupos da sociedade civil;

DEMOCRATIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS

16)  Conexão aberta e livre, por meio de tecnologia sem fio, de pontos de alta concentração de pessoas, em especial de regiões da periferia da cidade;

17)  Realização de um trabalho de percepção da cidade (cartografia crítica e afetiva), no qual cada cidadão e cidadã colabore com a produção de indicadores de sua localidade, favorecendo o detalhamento de seus problemas e soluções, a ser desenvolvido em parceria com a sociedade civil;

18)  Valorização das expressões vivas da cultura da cidade, por meio da interação entre os agentes das intervenções urbanas e os agentes dos ciberespaços, com a adoção do programa Cultura Viva em âmbito municipal, que resultará na criação de Pontos de Cultura nos moldes da ação desenvolvida no Governo Lula, priorizando as periferias;



Todas as propostas acima apresentadas estão pautadas nos seguintes princípios:

·         A ética na atuação profissional e política;
·         O respeito e apoio às diferenças;
·         O trabalho cotidiano para a criação de políticas publicas que utilizem a tecnologia para melhorar a vida das pessoas, em especial, e como prioridade as que mais precisam;
·         A disseminação da cultura digital como direito de todos e condição de oportunidade e inclusão;
·         O incentivo a projetos que levem a fortalecer a soberania nacional;
·         O fortalecimento da educação digital para todas as áreas de formação, com atenção especial para a educação infantil e educação inclusiva;
·         A inclusão digital como condutor da inclusão social através do acesso as novas tecnologias promovendo conhecimento e cidadania.
·         Democratização do acesso as TIC´s (Tecnologia da Informação e Comunicação)
·         O trabalho militante para a eleição de candidatos majoritários do PT.


Assinam este Manifesto:

Nenhum comentário:

Postar um comentário